Desejo

Afasta-me da carne
da tentação do ser
do possuir e do ter

Tira-me do escuro da noite
do frio do dia

Em chamas me vou deixar arder

É tao real esta vontade que me tenta
de provar o teu veneno
Não resistas, entrega-te aos prazeres carnais
Será como uma morte lenta

Tomo-te e largo-te se assim for
Nenhum de nós e forte

Diz o que es
Reconheco que o sou
Diz o que queres
Digo que te quero...

Lua mãe...

Quando a Lua se erguer
É a ti que quero ter,
Num ritual obscuro
Onde o desejo e o amor
Tomarão conta dos nossos corpos
Sedentos de erotismo.
Provaremos o vinho
Que corre em nossas veias
Envolver-nos-emos em prazeres carnais
Até que irrompa o dia....

Uma garrafa de Jack
Um copo vazio
Uma sede danada
de ver a vida por um fio

Uma nota vazia
Um tiro no escuro
Uma letra escondida
no fim do mundo

Uma noite escura
Um dia cinzento
Uma vontade de sair
desta vida de tormento

Uma estrada entupida
Um semáforo intermitente
Uma frustração constante
neste mar de gente

Um raio de sol
Uma brisa de vento
Uma gota de suor
Uma paragem no tempo

Um grito mudo
Um pedido de ajuda
Um dia que não chega
Uma palavra muda